sábado, 23 de junho de 2018

Neymar: Um ícone


Neymar é a síntese da geração que não quer crescer. E a culpa não é dele.

Protegido, colocado em uma redoma, tudo que ele faz tem alguém para justificar. É só um garoto fazendo molecagem...
Foi o Neymar, foram os sem-noção assediando uma russa. Foi o cara que atropelou outro cara que andava de skate dentro de um túnel... Todos "meninos", sem saber o que fazer. Com "adultos" passando a mão na cabeça.
- Ele não consegue assumir o filho, eu que pago a pensão - diz o pai de um homem de 24 anos.
- Era uma brincadeira - diz o cara que espancou um mendigo.

Não se engane, o privilégio precisa ter recorte. Do contrário, será velho aos 14... E ao invés de protegido, caluniado.

- Vocês não sabem o que eu sofri. Diz o homem de 26 anos, milionário desde que tinha 14 anos.
- Sim, não sabemos...
Estamos ouvindo o grito dos nossos jovens que perguntam:
- Ele não viu que eu estava de uniforme? - também com 14 anos, quem nunca chegará aos 15...

Realmente, não sabemos...
Como crianças, só vemos nosso mundo. Avaliamos pelo "eu não gosto", "eu não quero", como se o mundo se resumisse a muitos "eus".

O Neymar é um ícone... Um símbolo.
De uma geração tão ensimesmada que não nota sua mediocridade e acredita ser genial.

domingo, 9 de outubro de 2016

Can I have a dream?


Eu estou morrendo cara,
De verdade…
A angústia, a depressão… o pânico.

Sabe, vocês me chamam de culpado,
Eu sei que não sou,
Mas me culpo mesmo assim…
E isso mata

Cara, eu to chorando,
Eu estou chorando muito,
E sabe porque?
De desesperança,
É foda cara,
Você assina um papel e eu morro aqui.

Um pouquinho
a
ca
da
di
a


Eu grito e falo que vou lutar,
Mas a verdade é que não aguento
Eu não quero isso,
Quero fazer o que sei

Quero ver sorrisos esperançoso
Ver o brilho no olhar da descoberta
Mas não vejo mais nada…

E gritam que a culpa é minha,
Que sou um vilão assediador!
Conversor de crianças indefesas!

Crianças pelas quais escolhi ser o que sou…

Me matam porque desvirtuam o meu ser,
Me matam porque atingem onde mais dois,
Naquilo que escolhi e tomei como vida.

Eu quero ver o brilho no olhar,
A alegria da descoberta,
E a esperança que ali vive

Mas estou doente,
Com mil medicamentos,
Para poder pensar direito…

Foi você que fez isso,
Do alto de sua cadeira,
Me mata a cada dia.

Seus índices, suas metas,
Mas o alvo está em mim!
Eu me mato e perco o sono,
Porque você quis assim.

Me faz duvidar de mi,
Me faz abaixar a cabeça,
E de cabeça baixa não vejo o brilho,
Vejo a lama em que me deixou…

Estou morrendo…
Em vida…
Eu preciso lutar, eu sei…
Eu só…
Queria não precisar

Gabriel Balardino

terça-feira, 19 de julho de 2016

Gargalhada e navalha

Hoje vou contar uma história de arrepiar
Uns dizem que ocorreu aqui, outros que foi lá no pará

Dizem que um dia ouviu-se um grito alto,
Parecia o desespero de alguém pego de assalto

O que ninguém notou foi de enxofre o cheiro forte,
Que logo veio seguido do sopro gélido de morte

Na noite ele surgiu, sem fazer muita arruaça,
Antes que pudessem o ver, ele sumiu na fumaça

Quando a manhã surgia, o padre veio benzer,
Pois no meio da cidade, havia um jardim a apodrecer

Logo circulou a história e alguém sentiu o cheiro,
E, acreditando ser o Tinhoso, vasculharam o bairro inteiro

Mas quando nada encontraram, resolveram relaxar,
Hoje dizem que foi um erro, mas quem ia adivinhar?

Já na noite seguinte se ouviu a gargalhada,
E logo acharam um corpo, picotado à navalhada

Mas não foi o último, nem mesmo o primeiro,
Já se ouviam muitas histórias, lá pro lado do Ribeiro

E cada noite se seguia, o estranho ritual,
A gargalhada e o cadáver, com o corte sem igual.

Até que um dia o riso ninguém ouviu,
E se houve corpo, ninguém também o viu.

Dizem que o maníaco foi morto em emboscada,
Outros que ele vai voltar, apenas pegou a estrada

Mas na cidade ficou o medo latente
De que um dia o assassino, voltasse de repente.

Gabriel Balardino

domingo, 24 de abril de 2016

Pira não


Não dá para parar é assim mesmo não adianta é melhor se acostumar vai pirar é necessário fazer isso ih nem adianta tentar nada vai mudar sempre foi assim vê se não pira não esquenta a cabeça tem que fazer isso é importante qual a sua prioridade não pode ter tudo não pode fazer nada tem que fazer seu melhor não pode desistir não pode parar tente não enlouquecer vê se não fica para trás tem que fazer para ontem arrume seu caminho não faça diferente construa o que necessita ganhe dinheiro busque o que gosta não se arrisque tente não desanima está enlouquecendo as coisas são assim mesmo tem que destruir tudo a vida está exagerando é assim mesmo seja feliz não dê murro em ponto de faca tem que parar as vezes tem que correr contra o tempo tem que fazer seu melhor tem que ter um jeito todo mundo passa por isso faz parte do crescer achou que era fácil não pira vê se se cuida não se importe tanto o mundo precisa de empatia nada acontece de repente é preciso trabalhar é preciso fazer isso é preciso continuar não pira só vai se machucar ninguém liga de verdade as pessoas vao notar há algo acontecendo é tudo hipocrisia está pirando é importante fazer isso tem que cumprir suas tarefas isso é tudo fingimento isso é fraqueza isso é mimo isso é medo não pira seja forte seja responsável seja ético seja o que quiser está pirando está fazendo corpo mole está doente não está preparado está tremendo o que é isso temos rótulos temos receitas temos soluções não pira viva sua vida não se importe busque sua felicidade ela está em cada coisinha está pirando já tentou religião leu livros de auto-ajuda psicólogo é importante tem paciflora não pira está tudo bem não me importa não pare o que está fazendo é importante seguir não pira não não dá para parar

Gabriel Balardino

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Neruda




Não vale apena assobiar,
Fica sem resposta,
Ao fim do assobio,
Só resta o vazio…

Ele não virá…

O rabo abanando,
O jeito destrambelhado,
Sempre correndo para ficar do lado…

O latido forte e o jeitão manso,
Puxa orelha, puxa língua, puxa rabo…
E ele ali, bobão, cuidando dela…

O bonitão, o amigão…
E tal qual o poeta que deu seu nome,
Nos encheu de amor…
Doze anos de pelos, de carinho e de cuidado…

E do seu homônimo humano:

“Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.”

Descanse em paz velhinho bonitão.

Gabriel Balardino

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Hoje não

Hoje não estou animado...
É ataque de todo lado,
É a família que querem normatizar,
É a escola que querem acabar...
Hoje não estou empolgado...
É a Geografia que dizem não servir,
É a cidade que querem dividir,
É a luta que fingem não existir...
Hoje não tenho paciência...
É a política que virou futebol,
É a pobreza intelectual,
É a ciência abaixo da religião...
Hoje não posso parar...
É a luta que precisa existir...
A educação que precisa resistir,
O espaço que se precisa intervir...
As vezes dá vontade de parar,
Mas não se pode desistir sem lutar,
E mesmo quando bate o desânimo
É hora de gritar:
Hoje não!

Gabriel Balardino

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Transeja



A Ordem quer levar ao Progresso,
Uma Instituição Portadora da Verdade,
Dita o que deve ser feito,
Por que acreditar?

Já se errou antes,
Ainda se erra e se errará,
E do erro muito se faz...
Essa é a Beleza da coisa.

Mas querem eliminar o erro,
E também os “errados”,
Mas quem diz o que é certo?
Quantas certezas não estão erradas?

Deve-se destruir o que oprime,
Transgredir o que formata,
Transformar o que define,
Transitar por toda vida,
Transportar a rebeldia,
Transmitir a contestação,
Transcender as ilusões,
Transtornar os padrões,
Transferir a culpa aos culpados,
Transar com liberdade,
E em transe
Transser...